sábado, novembro 29, 2003

Veio no jornal que os portugueses são os mais tristes da Europa...

Se é assim, é triste...
É triste de ler...é amargo de saber...
É receio de olhar para o espelho...

Nós não somos tristes...entristecemos um pouco...
Perdemos alguma luz... perdemos algumas ilusões...
E, como tal, sorrimos menos...
...mas isto é temporário.

Estamos nervosos... um pouco deprimidos...
A nossa angustia é forçada...
Somos incapazes de gostar de nós...e os outros também...
...nada que o tempo não cure.

Parece triste...
mas é apenas uma fase...

...os portugueses são assim!




sexta-feira, novembro 28, 2003

Não consigo manter o blog em dia...

A falta de tempo é como a minha falta de vista...
Aumenta diariamente...




quarta-feira, novembro 26, 2003

Que dia tão pequeno...
Que dia tão traquinas...
Passou o tempo a brincar comigo... e o tempo passou...
Passou tão depressa que nem dei por isso.

São assim os dias pequenos...brincalhões...
jogam connosco às escondidas...
e normalmente somos nós os apanhados...

Faz-me falta um dia grande...um dia enorme...cheio de tédio...cheio de nada...arrastado...demorado.
Um dia grande que não queira brincar...que leve o tempo muito a sério...que leve tempo a passar...
Faz-me falta um dia só para pensar...
pensar com tempo...
um dia de sentir o tempo passar...

Talvez um dia destes, quando um dia pequeno me deixar...

segunda-feira, novembro 24, 2003

Todos nós temos um ar...
Um ar, para alguém olhar...
Podemos armar esse ar...
e usar...
conforme ...quem está a olhar.

Todos temos ar...um ar natural...
Depois, passamos a vida a dar outro ar... ao nosso ar...ar de nascença.


Não conseguimos viver sem outro ar...pelo menos para quem passa a vida a olhar...

Por isso temos vários ares:
Ar de distanciamento... ou ar próximo...
Ar distinto...ou ar miserável...
Ar falso...ou ar de armar...
Ar de quem não tem...ar para nada...

Pomos o nosso melhor ar quando queremos dar bom ar...
Pomos o nosso mau ar quando queremos piorar...
Enfim, só ficamos com um bom ar quando fazemos ar de bons...bons ares.

Mas, seja qual for o ar que tenhamos para dar...ele é posto para enganar...
Mesmo quando somos nós a olhar, para o ar que andamos a fazer...










sábado, novembro 22, 2003

Andam por aí a dizer que você é suspeito...
Quem é que anda a dizer?
Várias pessoas...
Quais pessoas?
Não sei, várias pessoas. Não são uma nem duas...são várias...
Mas aonde é que foram buscar essa ideia...?
Acho que leram nos jornais...
No jornal vem escrito que eu sou suspeito?
Acho que dão a entender...
Dão a entender o quê???
Disseram-me, eu não li...
O quê...?
Insinuam que você está envolvido...
Envolvido em quê?
Envolvido...faz parte...Percebe?
Não...Não percebo...Envolvido em quê? Faço parte do quê?
Faz parte daquilo que se fala...
E do que é que se fala?
Daquilo que vem nos jornais...
E o que é que vem nos jornais??
Bem...eu não li...mas acho que você é suspeito de ter participado numa coisa grave....
Qual coisa???
Eles não dizem...parece que não podem dizer...
Mas se não dizem como é você afirma que eu sou suspeito?
Eu não disse que você era suspeito?
Então???
O que eu disse é que andam a dizer que você é suspeito...
Mas isso é grave...é uma acusação grave!!!
Isso é que não é!!! Sempre que falo nisto a alguém tenho o cuidado de dizer que é o que “consta”...Nunca digo que sei.
Até porque não sabe...
Pois não...mas você podia dizer-me. Afinal deve-me um favor...
Qual favor ?
Deve-me o facto de eu o ter avisado sobre o que consta por aí...
E o que é que você quer saber???
Só aqui para nós, que ninguém nos ouve...Você é culpado???













sexta-feira, novembro 21, 2003

“...está tudo velho...”
Era um amigo meu, mais novo do que eu, a falar...
“...o país está velho...”,“...estamos velhos...”

Velha já é a amizade com este meu, velho, amigo...
não por causa da idade que a amizade tem...mas sim porque, hoje, já conseguimos ser velhos, um com o outro...

E ser velho, é voltar a ser tudo aquilo que já fomos em crianças...apenas com mais displicência...
é voltar a ser criança de uma forma inteligente...

É fazer mais e pensar menos...
é voltar aos disparates sem ter de os contar...é exagerar os contos...
É aventurar sem sair do lugar...


Mas também é ver o mundo dos adultos com o olhar de criança...
e achar que tudo é um verdadeiro disparate..

E o “estar tudo velho”, para este meu amigo, é ele a achar que tudo o que nos rodeia está cinzento...feio...tolo...sem piada...demasiado adulto...

...e, assim, já não apetece brincar!





quinta-feira, novembro 20, 2003

Cheira a insegurança...
Mesmo com todas as fortes medidas de segurança...
Há insegurança...

As coisas mais seguras do mundo estão a precisar de mais segurança...estão inseguras...
Os homens mais seguros do mundo estão rodeados de seguranças...
Os países mais fortes do mundo estão em alerta nacional...
O mundo está nervoso...


E tudo o que precisa de tanta segurança é porque precisa de ser protegido...preservado...
E tudo que precisa de tanta segurança...é porque está frágil...está vulnerável...



É por isso que cheira a insegurança...





quarta-feira, novembro 19, 2003

Boa tarde...
Boa tarde.
Desculpe-me mas acho que me perdi....!
Perdeu-se?...Perdeu-se como?
Perdi-me... e não sei onde estou...
Sabe onde estava antes de se perder?
Não...Não consigo lembrar-me como me perdi...
Não é como você se perdeu... mas sim quando se perdeu?
Desculpe-me, mas não estou a perceber...
Há um momento a partir do qual a gente se perde...lembra-se desse momento?
O momento que reparei que estava perdido?
Sim...
Foi agora...
Agora como?
Agora que o encontrei...


segunda-feira, novembro 17, 2003

Hoje, quero entrar aqui só por entrar...sem reserva...e sem conhecer o lugar...
Sentar-me neste meio...sem ser o centro das atenções...
Pedir como aperitivo um bom estado de espirito...espirituoso e de baixo teor alcoólico...
Tirar os óculos de ver bem...e olhar o mundo só com olhos para a ementa...

E escolher...
Escolher coisas simples...mesmo que tenham nomes complicados...
evitar o gosto amargo dos últimos textos...já um pouco azedos...

Espreitar os outros, sem pensar que sou observado...
Pedir um tinto memória...mas ainda não passado...algo que não nos lembre a idade...

E respirar...
Respirar profundo...o perfume de todas as coisas, nem muito mal, nem muito bem pensadas...no ponto...
Ao som de um ambiente bastante equilibrado...executado por uma banda de músicos fuziladores...impressionistas...

Depois mastigar...devagar...com tempo...e pensar...
Pensar na sobremesa...como se pensa na reforma...o fim da refeição antes do digestivo final...normalmente fatal...

Um charuto cheio de cheiro... e, um cheirinho na chávena...
Que bela refeição...perfeita de improviso...bem improvisada...VISA em cima da conta...e, fazer de conta que é uma despesa necessária para descomprimir...feita em representação de uma depressão... e que deve descontar no IRS...










domingo, novembro 16, 2003

Há quem diga “que os homens estão em paz quando as crianças brincam na rua...”

Há quanto tempo as nossas crianças não brincam na rua?
Há quanto tempo não deixamos as nossas crianças brincar na rua?

Há quanto tempo elas não vão sozinhas para a escola?
Há quanto tempo elas não andam sozinhas?

Há quanto tempo elas não vão sem sermos nós a levá-las...
e não regressam sem sermos nós a buscá-las?


Devemos estar em guerra...








sábado, novembro 15, 2003

Posso sentar-me???
Porquê?
Porque não há mais lugares!
Haver há...
Estão ocupados..!
Os lugares não... há cadeiras vazias, noutras mesas.
As mesas estão ocupadas..!
Esta também está.
Mas, das mesas que estão ocupadas, e que tem cadeiras vazias, esta é a primeira que eu tento sentar-me.
Porquê esta?
Não sei. Se calhar é a que está mais bem posicionada...
Porquê?
Se calhar é a que está mais afastada da realidade...
E você prefere sentar-se longe da realidade?
Às vezes.
Porquê?
Porque gosto de ser mais irresponsável...
Estar perto de realidade é ser mais responsável?
É ser mais realista.
Acha-me pouco realista?
Porquê que havia de achar?
Por estar sentado longe da realidade?
Não necessariamente...
Então?
Se calhar porque aqui há mais luz...
Longe da realidade?
Talvez...
Então sente-se. Mas, olhe bem para onde se senta...
Obrigado, aqui ainda vejo bem...





sexta-feira, novembro 14, 2003

sexta-feira, novembro...
o cheiro da chuva...cheiro de fim-de-semana...
tempo livre...temporariamente...muito nublado...

programado para ser livre...
condicionado para fazer todas coisas que se fazem quando há tempo...
cansativas... só feitas com tempo...

sábado, novembro...
chuva...
abrigamo-nos do tempo...no tempo...
cansados por não se poder fazer nada do que queríamos...
por causa do tempo...agora que havia tempo...

domingo, novembro...
muito nublado...fim de fim-de-semana... cheiro a segunda feira...
agora já é tarde...já foi...já era...
cansados pelo tempo perdido...sem vontade...

há que programar o próximo fim de semana...
... “vamos lá ver se temos tempo”...!




quinta-feira, novembro 13, 2003

Gosto de nevoeiro...
Gosto de me perder no nevoeiro...
Gosto de brincar às escondidas com a realidade... e o nevoeiro ajuda-me...

O nevoeiro desfaz as cores...atenua as sombras...
e cria uma fronteira ténue entre nós e todas as outras coisas... e isso é intimo...é pessoal...

Nevoeiro...é não ter certezas...é não ter ideias pré concebidas...
é poder ser pouco preciso...pouco claro...
E isso é bom...
Brincar com a dúvida...ver uma silhueta e advinhar o original...

Gosto de nevoeiro...esconde-nos...dá-nos pouca importância...
e tudo o que fazemos não se nota...vê-se mal...

Gosto do nevoeiro...o som não se propaga...
O que se percebe é despercebido......e o que se diz tem pouco eco...

Gosto do nevoeiro... é imperfeito...







quarta-feira, novembro 12, 2003

Uma chamada não atendida...(listar)...numero privado.
Um taxi ao longe...(braço estendido)...ocupado.
Um restaurante novo...(jantar)...fechado para descanso do pessoal.
Um filme para ver...(um amigo)...”- no fim é que se percebe que ele é o culpado”.
Um DVD novo...(duas horas para o comprar)...afinal já o tenho, com outra capa.
Uma ideia nova...(jornal)...já alguém a teve.
Um dia de chuva...(esquecimento)...janelas abertas.
Uma reunião amanhã...(às 8h)...o sono só aparece às 7.


Um texto colorido para o Blog...(escrever)...sobre o quê?...

terça-feira, novembro 11, 2003

Somos muito frágeis...tão frágeis que não queremos pensar nisso...
Somos como o vidro...um pequeno acidente e partimos...
Caminhamos acima do chão... no ar, sobre a vida ...sobre vivemos...

Mas ser frágil é uma coisa a que nos habituámos...ficar frágil, fragilizar é diferente...
E ficamos mais frágeis quando sabemos que um amigo tem um cancro...
Ficamos muito frágeis quando percebemos que cada vez mais há amigos com cancro...

Todos temos uma sentença de morte...mas só nos sentimos vulneráveis quando temos consciência dela...
quando ela anda por perto...
ao pé das pessoas que nos habituámos a ver viver...não a ver morrer...

É tão triste esse olhar de espera...já sem esperança...
...desespera...

Somos tão frágeis que a natureza nos injectou este veneno...
...a consciência que somos frágeis...muito frágeis...
...vulneráveis.

segunda-feira, novembro 10, 2003

Se eu vivesse esta vida como leio um jornal...
começava pela primeira página...depois saltava para a última...
Olharia os títulos...mas não as continuações...
Dispensaria as opiniões...e as sessões...
as concepções...
E ficaria com uma ideia muito pouco exaustiva do que iria viver...

Se eu vivesse a vida como leio este jornal...
só depois de ver a ultima página é que começava a desfolhá-la para trás...
Do fim para o princípio... da última para a primeira folha...
Do inverno para o outono...do verão para a primavera...
E quando chegasse ao principio, saberia qual era o meu fim...

Mesmo que só conseguisse chegar a meio...já saberia qual seria a última página da minha vida...já a tinha lido.
Como o fim, normalmente é o resto do principio... já não tem tanta importância... nem para quem lê...nem para quem vive...
Mas o fim é o objectivo de tudo...vivemos para o fim...vivemos com um fim...
um fim que desconhecemos...

E a parte realmente importante das nossas vidas está na primeira parte... na melhor...aquela em que não pensamos nos fins...nem nos meios...apenas nos princípios...

A ultima parte é à parte...è a sequência de tudo o que foi importante...de tudo o que mereceu ser primeira página na nossa vida...das opções que fizemos...da sorte que tivemos...dos erros que cometemos...do que ganhámos e do que perdemos...

...e se eu lesse esta vida como leio este jornal...de trás para a frente...o que é que decidiria fazer, quando chegasse ao meio...?

...voltava para trás...? começava do principio...ou recomeçava pelo fim...?



sábado, novembro 08, 2003

Qualquer coisa simples é simples até nos lembrarmos dela.
Se for só simples, desaparece como aparece...simplesmente...
nunca mais nos lembraremos dela...

Qualquer coisa simples deixa de ser simples quando lhe damos importância.
...e dar importância é recordar...é parar para pensar...
é voltar a olhar...é voltar a sentir...
E é assim, que coisas tão simples passam a ter tanta importância.

Passamos uma vida inteira a dar importância a coisas simples...que não tinham importância nenhuma....
E a tentar transformar as que tem demasiado importância em coisas simples...
...coisas para esquecer!!!!




Mas // De mas ia do
De mais...

Com // De com po si ção
De com pôr...

Por// Por pai chão
Pura sem ssa ção...

Ta // Pro tes tu
Pro te ção...

Je // Só deste jeito
Só com um sim ples ges tu....

Em // Em bala o meu lá du
Em balsa amado

Mas que com por ta mento tão...sé rio...!!!!!







sexta-feira, novembro 07, 2003

...esta é uma redacção da minha filha...
...continuo sem conseguir explicar-lhe o que sinto,... por ela existir!!!

Texto sobre a paz
A paz para mim é ser amigos, brincar uns com os outros.
Se nós não fossemos amigos, o que éramos?
Éramos inimigos e isso não era nada bom.
Eu sou amiga de todos!
Mas há pessoas que não são amigas de todos!
Eu tento que todos sejamos muito, muito, muito, muito amigos.
Bem, agora já não sei mais, mas ficam a saber o que eu sei!


Rebeca Cruz



Ainda bem que há coisas que nunca terão tradução...são só assim...



quinta-feira, novembro 06, 2003

Acordei decidido a perder-me no dia...

De tempos em tempos precisamos de nos perder...
É fácil de fazer...Vai-se para a rua, sem destino...sem relógio...sem telemóvel...
sem agenda...sem saber...
Apenas trazemos uma vaga ideia sobre a quantidade de coisas que não vamos fazer...

Caminhamos ao sabor do vento...pelas margens de ruas que não sabemos os nomes...
Passamos por todas as passagens de peões que encontramos...passeamos de passeio em passeio...
Paramos em todas as paragens até encontramos um autocarro de porta aberta...
Entramos sem saber para onde vamos... e saímos num “fim-da-linha” qualquer... quando formos os últimos...

Normalmente estamos nos arredores... num sitio onde se vê a cidade de fora... onde nos sentimos estranhos... estrangeiros...
Toda a gente partiu para trabalhar longe...só ficaram os que se atrasaram...
Os que já perderam o comboio da vida...
E aí perdemo-nos a sério...entre gente que está desempregada... entre gente que está perdida,
sem ter querido perder-se...

Depois acabamos por encontrar uma tasca escura, escondida e desconfortável... repleta de velhos reformados, sentados com jovens conformados... embrulhados num jornal desportivo do dia anterior... iluminados por uma “mini - sagres”...

Sentamo-nos num canto qualquer...nós por dentro e aquela gente toda por fora.
...ficamos com a sensação de estarmos verdadeiramente perdidos... e ninguém estar preocupado com isso...

Não precisamos de pensar em nada...não precisamos de falar nada...
não precisamos de nos mexer para nada...não precisamos de decidir nada...

Apenas temos que esperar...
Esperar para perceber qual é o caminho...

Esperar o tempo necessário para ficarmos muito cansados de estar assim, perdidos...
...e tentar encontrar o caminho de volta.!!!


...Afinal, é apenas um dia perdido!!!!












quarta-feira, novembro 05, 2003

Há dias “errados”...Há dias ”que não deviam existir”...
Há dias “para esquecer”...
Há dias “que não devemos sair à rua”...
Há dias “assim”...


São dias em que tudo nos vence...tudo tem vantagem sobre nós...
Tudo e todos nos ganham...
Começamos logo a perder muito antes de começar o jogo...

Ontem foi um dia “assim”...
Um dia enorme...que custou a passar...

Ontem foi um dia “desses”...
um dia em que até este texto, dos dias “assim” desapareceu do computador...
sem mais nem menos...







segunda-feira, novembro 03, 2003

Eis que aqui está vivo um lado meu que não domino,
é um pedaço de mim, que me atormenta...
Um lado que aqui se senta, de lado, neste pedaço de papel,
que seca a tinta com que escrevo, tão rapidamente... que deixa marca...
...e não apaga este pensamento...defini-o definitivamente...

É um lado que procura palavras sentidas... num meio onde as palavras já não fazem sentido...
É um lado onde a poesia é apenas uma desassossegada forma de prosa...
Uma desarrumada forma de pôr em palavras a desajeitada maneira de sentir...
sentindo-me apenas perdidamente obcecado por palavras.

Este lado de lá de mim é um sitio de margens tão estreitas que já não tenho jangada para o atravessar...
fico aqui, á beira água a mirá-lo...
ou vou para o outro lado ser miragem...
como num espelho...sem saber onde verdadeiramente estou.

Mesmo sem folgo, nado de um lado para o outro sem nada para dizer...
É como o ar para o asmático...é a como a consciência num coma.

Mesmo que seja escrever só para ver...
Só por causa da imagem destas palavras...
mesmo que seja para descrever o que não consigo profetizar...
Não faz sentido este lado de mim...
este lado tolo e incontrolável de mim...
desesperado e inconsolável por palavras...

...sentidas por um lado...sem fazerem sentido por outro!!!








domingo, novembro 02, 2003

Passamos a vida à procura do “equilíbrio”...

O equilíbrio é para nós uma base...um padrão em função do qual nos auto regemos...
...como um dogma... um marco... um motivo...muitas vezes uma obsessão...
Mas sempre instável... sempre impossível de atingir.

Confiamos mais em pessoas equilibradas...dão-nos mais confiança...
Preferimos viver em climas temperados...nem muito frios nem muito quentes...
Gostamos de regimes moderados...fazemos parte de uma média...equilibrada.
Assustamo-nos muito com os extremos...com as cores muito garridas...com os sabores muito fortes...com os gestos muito bruscos...

Mas os momentos que mais nos marcam são os mais desequilibrados...!
Os rasgos de génio...as grandes mudanças...as paixões...as aventuras...
os desafios...as lutas...as convicções...as revoluções...

...se tivéssemos sido equilibrados nesses momentos, hoje seríamos tão diferentes...
tão despercebidos...tão apagados...tão sem significado...

Então porquê o equilíbrio?...então para quê o equilíbrio?

...Devemos ser muito desequilibrados!!!!