sexta-feira, outubro 24, 2003

Mais uma carta...apetece-me publicá-la...
Um abraço.



Meu caro amigo:

Hoje ia a sair de casa e deparei-me com um carro a bater sucessivamente em todos os carros estacionados na rua.Divisei uma senhora aparentando aí uns quarenta e cinco anos de idade com bom aspecto.Que ás tantas parou.Bom -disse eu-a senhora está a fazer um AVC ou lago parecido. Deixa-me ir lá ver o que se passa. Enquanto pensava neste tema a senhora volta a arrancar com o carro e mantém-se neste jogo de ora á esquerda ora á direita ir batendo sucessivamente em todos os carros que ia apanhando. Atrás dela um cortejo de automóveis que não ousavam sequer passar por ela.O teu amigo que no dia anterior tinha estado numa de comandante sózinho na ponte de comando tinha deixado o veiculo de transporte na garagem e foi previdentemente para casa á boleia.O que se passou a seguir foi seguido com um pequeno lapso de tempo. A senhora em questão sem esboçar sequer uma travagem embateu de frente contra um camião a descarregar farinha de trigo. Podia ter sido contra um poste ou três crianças a atravessar a rua. Mas não parou ali porque o carro ficou completamente destruido.Mas se não estivesse tinha continuado.O impressionante foi o ar da senhora.Composta calma, altiva a enfrentar uma população a chamar-lhe tudo.Como se nada fosse.Lúcidissima.Estava sem comandante.Sem amigos.Sem rumo.Apeteceu-me brindar-lhe com um irish on the rocks.Tenha calma. Venha ao britannia que a gente trata disso. No bar.Escapou-me o momento.Esse. E o de mandar os cabrões dos cidadãos pró caralho. Que não estavam a perceber nada.Que não têm sequer a noção de desespero.E a policia,outra corja dee cabrões, que chegou entretanto.A pedir-lhe os documentos.E ela nem ali.E não pediram sequer ajuda médica. Que era o que lhe faltava.Foda-se meu.Um abraço do teu grande amigo

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial