Dia Mundial da Música
Hoje lembrei-me do meu primeiro disco...
single...vinil...45 rpm (rotações por minuto)...
…oferta de uma amiga da minha mãe...
Para dizer a verdade, era um disco que não me dizia muito...mas era o meu primeiro disco, e ainda hoje me lembro dele...teve esse mérito de ser, ainda hoje, recordação.
...quantas recordações conseguiram viver tanto tempo...
...quantas recordações já se perderam no tempo...
...e para dizer a verdade, este pequeno disco ainda traz o cheiro do saco de plástico que o embrulhava, para o proteger... dentro da sua capa em cartolina...branca com a foto deles em alto contraste…muito pop.
Traz-me a lembrança do "Pick Up" na sala...um gira discos NEC, estereofónico, com rádio incluído, e com duas pequenas colunas de madeira.
...traz-me a lembrança da roda em plástico a imitar cromado, que tinha de colocar no centro do gira discos, para os discos de 45 rpm...
...traz-me a lembrança de ter que colocar a agulha nas primeiras espiras do disco...
…segurando o braço, que tremia na minha mão...com medo de riscar o disco...
...traz-me a lembrança dessa primeiras espiras que soavam a uma pequena fritura de óleo na frigideira...
... e traz-me a lembrança dos primeiros acordes, antes de se ouvir as primeiras palavras...
Mas este primeiro disco que também traz-me a lembrança de ir à baixa de Luanda, à "Lusolanda" - uma discoteca de vender discos, - para comprar, esse sim, “o meu primeiro disco”,...um disco de minha própria vontade...aquele que seria escolhido por mim.
...lembro-me de entrar nas pequenas cabinas insonorizadas que haviam na Lusolanda, para podermos sossegadamente ouvir os discos que queríamos comprar,..era pôr os auscultadores nos ouvidos, e sonhar...ir comprar um disco chegava a significar uma tarde inteira.
...devo ter escolhido uma das músicas que se ouvia na rádio...devo ter chegado ao bairro e convidado todos os meus amigos para irmos para a minha casa para o ouvir na máxima potência...como sempre o fiz quando os mais velhos não estavam em casa…
…devo ter passado tardes deitado no chão da sala, de olhos fechados a ouvir aquele disco, de um lado, o A, e do outro, B...
…mas, mesmo depois disso, não me lembro que disco era...
...foi um disco que não passou o tempo...não resistiu...
...e este, o primeiro que eu tive de oferta e que não me dizia muita coisa, consegue hoje ser uma recordação...
…uma boa recordação,
…consegue trazer estas coisas todas… até aqui...
...se calhar por ser “Daydream”.
single...vinil...45 rpm (rotações por minuto)...
…oferta de uma amiga da minha mãe...
Para dizer a verdade, era um disco que não me dizia muito...mas era o meu primeiro disco, e ainda hoje me lembro dele...teve esse mérito de ser, ainda hoje, recordação.
...quantas recordações conseguiram viver tanto tempo...
...quantas recordações já se perderam no tempo...
...e para dizer a verdade, este pequeno disco ainda traz o cheiro do saco de plástico que o embrulhava, para o proteger... dentro da sua capa em cartolina...branca com a foto deles em alto contraste…muito pop.
Traz-me a lembrança do "Pick Up" na sala...um gira discos NEC, estereofónico, com rádio incluído, e com duas pequenas colunas de madeira.
...traz-me a lembrança da roda em plástico a imitar cromado, que tinha de colocar no centro do gira discos, para os discos de 45 rpm...
...traz-me a lembrança de ter que colocar a agulha nas primeiras espiras do disco...
…segurando o braço, que tremia na minha mão...com medo de riscar o disco...
...traz-me a lembrança dessa primeiras espiras que soavam a uma pequena fritura de óleo na frigideira...
... e traz-me a lembrança dos primeiros acordes, antes de se ouvir as primeiras palavras...
Mas este primeiro disco que também traz-me a lembrança de ir à baixa de Luanda, à "Lusolanda" - uma discoteca de vender discos, - para comprar, esse sim, “o meu primeiro disco”,...um disco de minha própria vontade...aquele que seria escolhido por mim.
...lembro-me de entrar nas pequenas cabinas insonorizadas que haviam na Lusolanda, para podermos sossegadamente ouvir os discos que queríamos comprar,..era pôr os auscultadores nos ouvidos, e sonhar...ir comprar um disco chegava a significar uma tarde inteira.
...devo ter escolhido uma das músicas que se ouvia na rádio...devo ter chegado ao bairro e convidado todos os meus amigos para irmos para a minha casa para o ouvir na máxima potência...como sempre o fiz quando os mais velhos não estavam em casa…
…devo ter passado tardes deitado no chão da sala, de olhos fechados a ouvir aquele disco, de um lado, o A, e do outro, B...
…mas, mesmo depois disso, não me lembro que disco era...
...foi um disco que não passou o tempo...não resistiu...
...e este, o primeiro que eu tive de oferta e que não me dizia muita coisa, consegue hoje ser uma recordação...
…uma boa recordação,
…consegue trazer estas coisas todas… até aqui...
...se calhar por ser “Daydream”.
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